ASSOBRAFIR Ciência
https://assobrafirciencia.org/article/doi/10.47066/2177-9333.AC.2020.0033
ASSOBRAFIR Ciência
Artigo Científico Original

Perfil funcional e fatores determinantes na funcionalidade do doente crítico adulto: estudo observacional prospectivo

Ileane de Melo Silva, Géssica Uruga Oliveira, Larissa Andrade de Sá Feitosa, Telma Cristina Fontes Cerqueira

Downloads: 8
Views: 782

Resumo

Introdução: O comportamento funcional sofre alterações durante a internação, entendêlo é essencial para melhores direcionamentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Objetivo: Traçar o perfil funcional de pacientes críticos durante o internamento e identificar os possíveis fatores determinantes para a funcionalidade no desfecho destes na UTI. Métodos: Estudo observacional prospectivo. Foram incluídos pacientes internados na UTI, tempo de internação ≥ 48 horas. O perfil funcional foi mensurado através da Medida de Independência Funcional (MIF) e o Escore Perme de Mobilidade. Foi identificado o estado de independência funcional prévio até 48 horas antes da internação, na admissão e a cada três dias durante o internamento na UTI até o desfecho (alta ou óbito). Resultados: 82 pacientes compuseram a amostra, 69,13% do sexo masculino e idade média de 62,53 ± 20,65 anos. Na comparação dos resultados foi observada diferença significativa da MIF prévia quando comparada à MIF da admissão (p<0,001), e uma leve tendência à elevação destes valores no desfecho. A MIF prévia (p<0,001) e o Escore Perme em seu quarto dia (p<0,001) foram determinantes para a MIF do desfecho. O Escore Perme não apresentou diferença significativa ao longo dos dias de internamento (p=0,19). Quanto aos fatores determinantes da Perme no momento do desfecho, as variáveis de maior impacto foram o Escore Perme em seu primeiro dia (p<0,001) e os dias livres de ventilação mecânica (p<0,001). Conclusão: O doente crítico apresenta perda significativa da independência funcional, com baixa mobilidade ao final do período de internamento na UTI.

Palavras-chave

Unidades de Terapia Intensiva; Limitação de Mobilidade; Cuidados Críticos; Adulto.

Referências

1. França EÉT, Ferrari F, Fernandes P, Cavalcanti R, Duarte A, Martinez BP,  et  al. Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(1):6-22. http://dx.doi.org/10.1590/ S0103-507X2012000100003. PMid:23917708.

2. Freitas ERFS. Perfil e gravidade dos pacientes das unidades de terapia intensiva: aplicação prospectiva do escore APACHE II. Rev Lat Am Enfermagem. 2010;18(3):317-23. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692010000300004. PMid:20721418.

3. Solana LS, Bilbao IG, García PRR, Agea JLD, Costa CL. Acquired neuromuscular dysfunction in the intensive care unit. intensivos. Enferm Intensiva. 2018;29(3):128-37. http:// dx.doi.org/10.1016/j.enfie.2018.03.001.

4. Yang T, Li Z, Jiang L, Wang Y, Xi X. Risk factors for intensive care unit-acquired weakness: a systematic review and metaanalysis. Acta Neurol Scand. 2018;138(2):104-14. http:// dx.doi.org/10.1111/ane.12964. PMid:29845614.

5. Fan E, Dowdy DW, Colantuoni E, Mendez-Tellez PA, Sevransky JE, Shanholtz C, et al. Physical complications in acute lung injury survivors: a two-year longitudinal prospective study. Crit Care Med. 2014;42(4):849-59. http://dx.doi.org/10.1097/ CCM.0000000000000040. PMid:24247473.

6. Godoy MDP, Costa HLLS, Neto AES, Serejo ALC, Souza LC, Kalil MR, et al. Fraqueza muscular adquirida na UTI (ICU-AW):efeitos sistêmicos da eletroestimulação neuromuscular. Rev Bras Neurol. 2015;51(4):110-3.

7. Needham DM, Wozniak AW, Hough CL, Morris PE, Dinglas VD, Jackson JC, et al. Risk factors for physical impairment after acute lung injury in a national, multicenter study. Am J Respir Crit Care Med. 2014;189(10):1214-24. http://dx.doi. org/10.1164/rccm.201401-0158OC. PMid:24716641.

8. Cordeiro AL, Melo TA, Santos AM, Lopes GF. Time influence of mechanical ventilation on functional independence in patients submitted to cardiac surgery: literature review. Fisioter Mov. 2015;28(4):859-64. http://dx.doi. org/10.1590/0103-5150.028.004.AR04.

9. Hermans G, van Mechelen H, Clerckx B, Vanhullebusch T, Mesotten D, Wilmer A, et al. Acute outcomes and 1‐year mortality of intensive care unit‐acquired weakness. A cohort study and propensity‐matched analysis. Am J Respir Crit Care Med. 2014;190(4):410-20. http://dx.doi.org/10.1164/ rccm.201312-2257OC. PMid:24825371.

10. Herridge MS, Tansey CM, Matté A, Tomlinson G, DiazGranados N, Cooper A,  et  al. Functional disability 5 years after acute respiratory distress syndrome. N Engl J Med. 2011;364(14):1293-304. http://dx.doi.org/10.1056/ NEJMoa1011802. PMid:21470008.

11. Silva FRR, Souza TB, Dias MS, Silva APP, Oliveira KC, Oliveira MML, et al. Avaliação da capacidade funcional dos pacientes em uso de ventilação mecânica internados em uma Unidade de Terapia Intensiva. Revista HUPE. 2017;16(1):6-15.

12. Britani L.M. Fatores de Risco associados à glicemia instável em pacientes críticos [dissertação]. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa; 2018.

13. Ballve LPD, Dargains N, Inchaustegui JGU, Bratos A, Percaz MM, Ardariz CB, et al. Weakness acquired in the intensive care unit. Incidence, risk factors and their association with inspiratory weakness. Observational cohort study. Ver Bras Ter Intensiva. 2017;29(4):466-75.

14. Busico M, Intile D, Sívori M, Irastorza N, Alvarez AL, Quintana J, et al. Risk factors for worsened quality of life in patients on mechanical ventilation. A prospective multicenter study. Med Intensiva. 2016;40(7):422-30. http://dx.doi. org/10.1016/j.medin.2016.01.002. PMid:26976118.

15. Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da versão brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2004;1(2):72-6.

16. Assis CS, Batista LC, Wolosker N, Zerati AE, Silva RCG. Medida de independência funcional em pacientes com claudicação intermitente. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(5):756-61. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420150000500007. PMid:26516744.

17. Perme C, Nawa RK, Winkelman C, Masud F. A tool to assess mobility status in critical lyill patients: The Perme IntensiveCare Unit Mobility Score. Methodist DeBakey Cardiovasc J. 2014;10(1):41-9. http://dx.doi.org/10.14797/mdcj-10-1-41. PMid:24932363.

18. Curzel J, Forgiarini LA Jr, Rieder MM. Avaliação da independência funcional após alta da unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(2):93- 8. http://dx.doi.org/10.5935/0103-507X.20130019. PMid:23917973.

19. Brace N, Kemp R, Snelgar R. SPSS for psychologists: a guide to data analysisusing SPSS for Windows, versions 12 and 13. London: Palgrave Macmillan, 2006.

20. Vargas JR. Funcionalidade e qualidade de vida: impacto da internação em uma Unidade de Terapia Intensiva [monografia]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 2015.

21. Santos LJ, Silveira FS, Müller FF, Araújo HD, Comerlato JB, Silva MC, et al. Avaliação funcional de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva adulto do Hospital Universitário de Canoas. Fisioter Pesqui. 2017;24(4):437-43. http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/17720924042017.

22. Martinez BP, Bispo AO, Duarte ACM, Neto MG. Declínio funcional em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Rev Inspirar Mov Saúde. 2013;5(1):1-5.

23. Wiethan JRV, Soares JC, Souza JA. Avaliação da funcionalidade e qualidade de vida em pacientes críticos: série de casos. Acta Fisiatr. 2017;24(1):7-12.

24. Guia CM, Biondi RSB, Sotero S, Lima AA, Amorim FF, Almeida KJQ,  et  al. Perfil epidemiológico e preditores de mortalidade de uma unidade de terapia intensiva geral de hospital público do Distrito Federal. Com Ciências Saúde. 2015;26(1/2):9-19.

25. Jesus FS, Paim DM, Brito JO, Barros IA, Nogueira TB, Martinez BP, et al. Declínio da mobilidade dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(2):114-9. PMid:27410406.

26. Fan E, Cheek F, Chlan L, Gosselink R, Hart N, Herridge MS,  et  al. An official American thoracic society clinical practice guideline: the diagnosis of intensive care unitacquired weakness in adult. Am J Respir Crit Care Med. 2014;190(12):1437-46.

27. Barros LLS, Maia CSF, Monteiro MC. Fatores de risco associados ao agravamento de sepse em pacientes em Unidade de Terapia Intensiva. Cad Saude Colet. 2016;24(4):388-96. http://dx.doi.org/10.1590/1414- 462x201600040091.

28. Almeida NFF. Aplicação do Perme Intensive Care Unit Mobility Score e ICU Mobility Scale em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca [monografia]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2018.


Submetido em:
27/08/2019

Aceito em:
08/09/2021

618505a1a9539562044c1986 assobrafir Articles
Links & Downloads

ASSOBRAFIR Ciência

Share this page
Page Sections