ASSOBRAFIR Ciência
https://assobrafirciencia.org/article/doi/10.47066/2177-9333.AC.2020.0005
ASSOBRAFIR Ciência
Artigo Científico Original

Efeitos agudos na hemodinâmica e aceitação de pacientes internados na UTI com uso de cicloergômetro adaptado ao leito

Paolla de Oliveira Sanches, Ricardo Breganon, Fábio Antonio Néia Martini, Karina Arielle da Silva Souza, Júlia Pinheiro Lopes, Mahara Proença

Downloads: 14
Views: 969

Resumo

Introdução: Sabemos que quando menor o tempo de imobilidade no leito em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), menor a chance de complicações deste. O cicloergômetro aparece na literatura como uma forma eficaz e segura de mobilização e prevenção de complicações, no entanto ainda é necessário identificar se é possível obter os mesmos efeitos, de forma segura, através de um cicloergômetro adaptado ao leito, sendo este é uma alternativa mais barata. Objetivo: Verificar os efeitos agudos do uso de um cicloergômetro adaptado ao leito na hemodinâmica e aceitação dos pacientes internados em UTI. Métodos: 13 pacientes (64 [45-80] anos, MRC 49[42-60]) internados na UTI, hemodinamicamente estáveis e sem uso de ventilação mecânica. Realizaram uma única sessão de exercício ativo de membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII) com o cicloergômetro (sem carga), com tempo total de 16 min (8min/membro). Avaliados quanto ao nível de dispneia (escala de BORG), frequência respiratória (f), frequência cardíaca (FC), saturação periférica (SpO2), pressão arterial (PA), antes (0ºmin), durante (4ºmin) e após (8ºmin) exercício para MMSS e MMII separadamente. Um questionário de aceitação foi aplicado. Os dados foram analisados pelo Software SPSS Statistic 22.0, expressos como mediana (intervalo interquartil 25%-75%). O teste de Friedman aplicado para comparação entre os momentos basal, durante e final (MMSS e MMII), seguido de post hoc teste. O teste de Mann-Whitney aplicado para comparar somente os sinais vitais finais em MMSS e MMII. Coeficiente de Spearman para verificar associações. A significância estatística determinada foi de p<0,05. Resultados: As principais alterações dos sinais percebidos nos membros no 0min, 4min e 8min, respectivamente, foram: PAS (mmHg) (MMII 140[125-152], 150[140-160] e 160 [135-160], p<0,05); FC (bpm) (MMSS 82[69-99], 91[72-120] e 98[79-107], p=0,001; MMII 90[71-104], 92[72-110] e 89[75-110], p=0,009); SpO2 (%) (MMII 96[90-98], 92[88-95], 93[89-95] p=0,035). Não houve diferença estatística entre os valores finais percebidos nos MMSS e MMII. Conclusão: O exercício provocou alterações na PA, FC e SpO2, consideráveis
aceitáveis. Adicionalmente, houve boa aceitação do paciente à realização do cicloergômetro de forma adaptada ao leito. 

Palavras-chave

Mobilização; Unidade de Terapia Intensiva; Exercício; Hemodinâmica; Equipamentos e Suplementos.

Referências

1.            Coutinho WM, Santos LJ, Fernandes J, Vieira SRR, Forgiarini Junior LA, Dias AS. Efeito agudo da utilização do cicloergômetro durante atendimento fisioterapêutico em pacientes críticos ventilados mecanicamente. Fisioter Pesqui. 2016;23(3):278-83. http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/15549123032016.

2.            Feliciano VA, Albuquerque CG, Andrade FMD, Dantas CM, Lopez A, Ramos FF, et al. A influência da mobilização precoce no tempo de internamento na unidade de terapia intensiva. ASSOBRAFIR Ciência. 2012;3(2):31-42.

3.            Jesus FS, Paim DM, Brito JO, Barros IA, Nogueira TB, Martinez BP, et al. Declínio da mobilidade dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(2):114-9. PMid:27410406.

4.            Dantas JCN, Neves JDS, De Andrade PHC, Martinez BP, Dos Anjos JLM. Comportamento das variáveis cardiorrespiratórias durante uso do cicloergômetro ativo na unidade de terapia intensiva. Revista Pesquisa em Fisioterapia. 2016;6(3):283-90. http://dx.doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v6i3.938.

5.            Pires-Neto RC, Pereira AL, Parente C, Sant’Anna GN, Esposito DD, Kimura A, et al. Caracterização do uso do cicloergômetro para auxiliar no atendimento fisioterapêutico em pacientes críticos. Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(1):39-43. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2013000100008. PMid:23887758.

6.            Spruit MA, Singh SJ, Garvey C, ZuWallack R, Nici L, Rochester C, et al. An official american thoracic society/european respiratory society statement: key concepts and advances in pulmonary rehabilitation. Am J Respir Crit Care Med. 2013;188(8):e13-64. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.201309-1634ST. PMid:24127811.

7.            Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the european respiratory society and european society of intensive care medicine task force on physiotherapy for critically ill patients. Intensive Care Med. 2008;34(7):1188-99. http://dx.doi.org/10.1007/s00134-008-1026-7. PMid:18283429.

8.            Hodgson CL, Berney S, Harrold M, Saxena M, Bellomo R. Clinical review: early patient mobilization in the ICU. Crit Care. 2013;17(1):207. http://dx.doi.org/10.1186/cc11820. PMid:23672747.

9.            Camargo Pires-Neto R, Fogaça Kawaguchi YM, Sayuri Hirota A, Fu C, Tanaka C, Caruso P, et al. Very early passive cycling exercise in mechanically ventilated criticallyill patients: physiological and safetyaspects - a case series. PLoS One. 2013;8(9):74182. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0074182.

10.          Koo KKY, Choong K, Cook DJ, Herridge M, Newman A, Lo V, et al. Early mobilization of critically ill adults: a survey of knowledge, perceptions and practices of canadian physicians and physiotherapists. CMAJ Open. 2016;4(3):E448-54. http://dx.doi.org/10.9778/cmajo.20160021. PMid:27730109.

11.          Brum PC, Forjaz CLM, Tinucci T, Negrão CE. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Rev. paul. Educ. Fís. 2004;18:21-31.

12.            Silva PE, Romanelli MTC, Martins JA. Recursos terapêuticos para mobilização do paciente crítico. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva, Dias CM, Martins JA, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 4. Vol. 2. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2013. p. 9-41. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância)

13.          Bittner EA, Martyn JA, George E, Frontera WR, Eikermann M. Measurement of muscle strength in the intensive care unit. Crit Care Med. 2009;37(10, Suppl):S321-30. http://dx.doi.org/10.1097/CCM.0b013e3181b6f727. PMid:20046117.

14.          Brunetto AF, Paulin E, Yamaguti WPS. Comparação entre a escala de borg modificada e a escala de borg modificada análogo visual aplicadas em pacientes com dispnéia. Rev. Bras. Fisioter. 2002;6(I):41-5.

15.          Burtin C, Clerckx B, Robbeets C, Ferdinande P, Langer D, Troosters T, et al. Early exercise in criticallyill patients enhancesshortterm functional recovery. Crit Care Med. 2009;37(9):2499-505. http://dx.doi.org/10.1097/CCM.0b013e3181a38937. PMid:19623052.

16.          Burtin C, Clerckx B, Robbeets C, Ferdinande P, Langer D, Troosters T, et al. Early exercise in critically ill patients enhances shortter, functional recovery. Crit Care Med. 2009;37(9):1-7. http://dx.doi.org/10.1097/CCM.0b013e3181a38937. PMid:19623052.

17.          Dantas CM, Silva PF, Siqueira FH, Pinto RM, Matias S, Maciel C, et al. Influência da mobilização precoce na força muscular periférica e respiratória em pacientes críticos. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):173-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2012000200013. PMid:23917766.

18.          Kimawi I, Lamberjack B, Nelliot A, Toonstra AL, Zanni J, Huang M, et al. Safety and feasibility of a protocolized approach to in-bed cycling exercise in the intensive care unit: quality improvement project. Phys Ther. 2017;97(6):593-602. http://dx.doi.org/10.1093/ptj/pzx034. PMid:28379571.

19.          Nydahl P, Sricharoenchai T, Chandra S, Kundt FS, Huang M, Fischill M, et al. Safety of patient mobilization and rehabilitation in the intensive care unit. Systematic review with meta-analysis. Ann Am Thorac Soc. 2017;14(5):766-77. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201611-843SR. PMid:28231030.

20.          Nickels MR, Aitken LM, Walsham J, Barnett AG, McPhail SM. Critical care cycling study (CYCLIST) trial protocol: a randomised controlled trial of usual care plus additional in-bed cycling sessions versus usual care in the critically ill. BMJ Open. 2017;7(10):017393. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2017-017393. PMid:29061618.

 22.         Dias-Barbosa C, Balp, Kulich K, Germain N, Rofail D. A literature review to explore the link between treatment satisfaction and adherence, compliance, and persistence. Patient Prefer Adherence. 2012;6:39-48. http://dx.doi.org/10.2147/PPA.S24752. PMid:22272068.


Submetido em:
30/09/2019

Aceito em:
11/09/2020

5fd3c76c0e88251f06120fdf assobrafir Articles
Links & Downloads

ASSOBRAFIR Ciência

Share this page
Page Sections