ASSOBRAFIR Ciência
https://assobrafirciencia.org/article/5de167770e88253a6f4ce1d5
ASSOBRAFIR Ciência
Artigo Original

Utilização do pico de fl uxo expiratório no manejo da asma aguda em serviços de emergência da cidade de Campo Grande-MS

Use of peak fl ow in the management of acute asthma in emergency services from the city of Campo Grande-MS

Sami Saher Neto, Aldo Silva de Miranda, Mara Lisiane M. Santos, Luciana Venhofen Martinelli Tavares, Patrícia Jovenilia de Freitas

Downloads: 0
Views: 722

Resumo

Objetivos: Analisar a utilização e o conhecimento dos profi ssionais de saúde nos setores de emergência da rede pública da cidade de Campo Grande, capital do estado do Mato Grosso do Sul, quanto à utilização da medida de pico de fl uxo expiratório (PFE) no manejo da asma aguda. Métodos: Foram analisados 133 questionários respondidos por profi ssionais da saúde: 72 em hospitais públicos e 61 em centros regionais de saúde: médicos, fi sioterapeutas, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que realizam o atendimento de emergência a pacientes em crise asmática nos serviços da rede pública de saúde. O questionário abordou questões referentes ao conhecimento dos profi ssionais sobre o aparelho de medida do pico de fl uxo expiratório, sua utilização no manejo da asma aguda, bem como o conhecimento das diretrizes que o recomendam. Resultados: Quanto ao conhecimento sobre o aparelho de medida do pico de fl uxo expiratório nos centros regionais de saúde, 88,52% (n=54) não têm conhecimento sobre o equipamento, apenas 11,48% (n=7) relataram conhecer o equipamento. Nos hospitais públicos, 70,83% (n=51) não tinham conhecimento sobre o equipamento para a medida do pico de fl uxo expiratório e 29,17% (n=21) relataram ter conhecimento sobre o equipamento. Em relação à disponibilidade deste equipamento, 100% (n=133) dos entrevistados relataram que o equipamento não é disponibilizado em seu serviço. Quanto ao conhecimento sobre as diretrizes que recomendam a utilização da medida do PFE no manejo da asma, dos entrevistados nos centros regionais de saúde (CRS), 96,72% (n=59) não tinham conhecimento a respeito destas diretrizes enquanto que somente 3,28% (n=2) tinham conhecimento sobre elas. Já nos hospitais públicos, dos entrevistados, 76,39% (n=55) não tinham conhecimento a respeito destas diretrizes enquanto que somente 23,61% (n=17) tinham conhecimento sobre elas. Conclusão: Fica em evidência a falta de conhecimento tanto do aparelho de medida do pico de fl uxo expiratório quanto das diretrizes que recomendam sua utilização no manejo da asma aguda por parte dos profi ssionais de saúde, indisponibilidade deste equipamento e conseqüentemente a não utilização deste equipamento no manejo da asma aguda nos setores de emergência da rede pública de saúde, da cidade de Campo Grande-MS.

Palavras-chave

Pico de fl uxo expiratório, Asma, Crise asmática.

Abstract

Objectives: To analyze the use and knowledge of health professionals in various fi elds of emergency public network of the city of Campo Grande, MS, on the utilization of the measure of peak expiratory fl ow in the management of acute asthma. Methods: A total of 133 questionnaires were answered by health professionals, among them 72 professionals in public hospitals and 61 in regional health center. Th ey were medical doctors, physical therapists, nurses, technicians and nursing assistants, who held the emergency care to patients in asthmatic crisis in the services of the public health, and were present at the time of the visit of the researchers. Th e questionnaire addressed issues relating to the attention of professionals about the measurement of peak expiratory fl ow, its use in the management of acute asthma, as well as knowledge of the recommendation guidelines. Results: On the knowledge about measurement of peak expiratory fl ow in regional centers of health 88.52% (n = 54) had no knowledge of the equipment, only 11.48% (n = 7) reported knowing the equipment. In public hospitals 70.83% (n = 51) had no knowledge of the equipment for the measurement of peak expiratory fl ow and 29.17% (n = 21) reported having knowledge about the equipment. Regarding the availability of this equipment 100% (n = 133) of those interviewed reported that the equipment was not available in their service. Concerning the knowledge of the guidelines which recommend that the management of acute asthma is based on the measurement of peak expiratory fl ow, the interviewees in regional centers for health (CRS) 96.72% (n = 59) had no knowledge about these guidelines whereas only 3.28 % (n = 2) had knowledge of them. In public hospitals, 76.39% (n = 55) of the interviewees had no knowledge about these guidelines while only 23.61% (n = 17) had knowledge of them. Conclusion: Lack of knowledge was observed both for the measurement of peak expiratory fl ow as for the guidelines which recommend its use in the management of acute asthma by health professionals responsible for emergency care in sectors of the public health in the city of Campo Grande-MS, Brazil.

Keywords

Peak fl ow, Asthma, Breathlessness.

Referências

1. Oliveira FR, Silva LM, Louzada JrP, Santi W. Asma – manejo da crise. Rev Med Ribeirão Preto. 2003 Abr-Dez;36 (2):404-8.

2. Solé D. Th e International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC): what have we learned?. J Bras Pneumol. 2005 Mar-Apr;31(2):93-4

3. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma 2002. J Pneumol. 2002 Jun;28(Supl 1):S1-28.

4. Ministério da Saúde. Asma e rinite: linhas de conduta em atenção básica. Brasília; 2004. (Serie A. Normas e Manuais Técnicos).

5. Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia [Internet]. [citado 2007 Nov 11]. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/noticias/noticia.asp?NOTICIA=2487.

6. Secretária Municipal de Saúde de Campo Grande - MS [entrevista]. Campo Grande; Abr. 2007. Informação colhida na própria sede.

7. Noronha MF, Machado CV, Lima LD. Proposta de indicadores e padrões para a avaliação de qualidade da atenção hospitalar: o caso da asma brônquica. Cad Saúde Pú blica. 1996;12(Supl 2): 43-58.

8. Ezequiel OS, Gazeta GS, Freire NMS. Prevalência dos atendimentos por crises de asma nos serviços públicos no Município de Juí z de Fora (MG). J. Bras. Pneumol. 2007 Jan-Fev;33(1):20-27.

9. Rodrigo GJ, Rodrigo C, Hall JB. Acute asthma in adults: A review. Chest. 2004 Mar;125(3):1081-102.

10. Piovesan DM, Menegotto DM, Kang S, Franciscatto E, Millan T, Hoff man C, et al. Avaliação prognó stica precoce da asma aguda na sala de emergência. J Bras Pneumol. 2006 Jan-Fev;32(1):1-9.

11. Nogueira FL, Fernández AK, Mallmann F, Steinhorst AMP, Raymundi MG, Rocha PM, et al. Avaliação do atendimento da asma aguda em serviço de emergência de um hospital universitá rio. Rev AMRIGS, Porto Alegre. 2003 Jan-Mar;47(1):57-63 .

12. Cruz AA. Peak expiratory fl ow. It’s better to measure! J Bras Pneumol. 2006 Jan-Fev;32(1):IV-VI.

13. Banner AS, Shah RS, Addington WW. Rapid prediction of need for hospitalization in acute asthma. JAMA. 1976 Mar;23513):1337-8.

14. Kelsen SG, Kelsen DP, Fleeger BF, Jones RC, Rodman T. Emergency room assessment and treatment of patients with acute asthma. Adequacy of the conventional approach. Am J Med. 1978 Apr;64(4):622-8.

15. Rodrigo G, Rodrigo C. Assessment of the patient with acute asthma in the emergency department. A factor analytic study. Chest. 1993 Nov;104(5):1325-8

16. Rodrigo G, Rodrigo C. Early prediction of poor response in acute asthma patients in the emergency department. Chest. 1998 Oct;114(4):1016-21.

17. Dalcin PTR, Medeiros AC, Siquiera MK, Mallmann F, Gazzana MB, Barreto SSM. Asma aguda em adultos na sala de emergencia: o manejo clínico na primeira hora. J Bras Pneumol. 2000 NovDez;26(6):1-9.

18. Ponte E, Souza-Machado A, Franco RA, Sarkis V, Shah K, Souza-Machado C, et al. Programa de controle da asma e da rinite alérgica na Bahia (ProAr): um modelo de integração entre assistência, ensino e pesquisa. Rev Baiana Saúde Pública. 2004 Jan-Jun;28(1):124-32.

19. Rocha PM, Fernandes AK, Nogueira F, Piovesan DM, Kang S, Franciscatto E, et al. Efeito da implementação de um protocolo assistencial de asma aguda no serviço de emergência em um hospital universitário. J Bras Pneumol. 2004 Mar-Abr;30(2):94-101.

20. Mattos W, Grohs LB, Roque F, Ferreira M, Mânica G, Soares E. Estudo comparativo entre o manejo da asma em uma unidade de referência da rede pública de Porto Alegre e as proposições do III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma. J Bras Pneumol. 2006 Set-Out;32(5):385-90.

21. IV Diretizes Brasileiras para o Manejo da Asma. J Bras Pneumol. 2006 Nov;32(Supl. 7):S447-S474.

22. Al-Jahdali HH, Al-Omar AM, Al-Moamary MS. Implementation of the national asthma management guidelines in the emergency department. Saudi Med J. 2004 Sep;25(9):1208-11.

23. Cowie RL, Revitt SG, Underwood MF, Field SK. Th e eff ect of a Peak Flow-Based Action Plan in the Prevention of Exarcebations of Asthma. Chest. 1997 Dec;112(6):1534-38.

24. GINA: Global Initiative For Asthma, Global strategy For asthma Management and Prevention. [place unknown]: MCR VISION; 2006. [Revised 2006; cited 2007 Feb 5]. Available from: http://www.ginasthma.org/

5de167770e88253a6f4ce1d5 assobrafir Articles
Links & Downloads

ASSOBRAFIR Ciência

Share this page
Page Sections