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Artigo Original

Fatores que alteram a pressão dos balonetes internos de tubos endotraqueais e a necessidade de sua monitorização

Factors that change the internal pressure cuffs of endotracheal tubes and the need for monitoring

Marco Correia Valois

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Resumo

Introdução e Objetivo: A pressão intra balonete é o fator mais importante na gênese da lesão traqueal pós intubação, das quais as mais graves incluem ulceração, traqueomalácia e infecção respiratória. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores que contribuem para as pressões inadequadas relacionadas com a primeira pressão e como mantê-las em níveis seguros. Métodos: Participaram do estudo 150 pacientes de ambos os sexos. A primeira aferição dos balonetes foi associada com o diâmetro do tubo, sexo, idade, exteriorização e local de intubação. Após a primeira aferição a pressão foi ajustada para 25 cmH2 O e os pacientes foram divididos por ordem de internação em dois grupos: G1(mensurações realizadas pela manhã, tarde e noite) e G2 (mensurações realizadas pela manhã e tarde). Resultados: Foi realizado um total de 823 aferições. A média da primeira medida foi 53,54 ± 34,51 cmH2 O. Após a intervenção e regulação da primeira pressão conseguiu-se manter em níveis seguros 63% dos valores. Nenhuma variável estudada contribuiu isoladamente com a inadequação das primeiras pressões. A comparação entre o grupo G1 e o G2 apresentou associação significativa com OR = 1,66 (95% IC = 1,02 - 2,70, p = 0,029). Conclusão: Apesar dos fatores estudados não terem contribuído isoladamente para a inadequação dos valores pressóricos verificados, a ocorrência de pressões fora da normalidade foram frequentes. Assim uma rotina de mensurações por pelo menos duas vezes ao dia deve ser incentivada.

Palavras-chave

Estenose traqueal; Intubação traqueal; Monitorização; Pressão; Respiração artificial; Unidade de terapia intensiva.

Abstract

Introduction and Objective: The internal pressure cuffs of endotracheal tubes is the most important factor in the genesis of the lesion after tracheal intubation, the most serious of which include ulceration, tracheomalacia and respiratory infection. The aim of this study was to evaluate the factors that contribute to inappropriate pressures related to the first pressure and how to keep them at safe levels. Method: The study enrolled 150 patients of both sexes. The first measurement of the cuff was associated with tube diameter, sex, age, place of utterance and place of the intubation. After the first measurement the pressure was adjusted to 25 cmH2 O and patients were divided in order of admission into two groups: G1 (measurements performed in the morning, afternoon and night) and G2 (measurements performed in the morning and afternoon). Results: We made a total of 823 measurements. The average of the first measurement was 53.54 ± 34.51 cmH2 O. After the intervention and adjusting the first pressure could be maintained at safe levels 63% of values. No variable studied in isolation contributed to the inadequacy of the first pressure. Comparisons between the group G1 and G2 showed a significant association with OR = 1,66 (CI 95% = 1,02 - 2,70, p = 0,029). Conclusion: Despite the factors studied in isolation did not contribute to the inadequacy of their hair pressure checked, the occurrence of pressure off of normality was frequents. Thus a routine of measuring at least twice a day should be encouraged.

Keywords

Intensive care units; Intubation tracheal; Monitoring; Respiration artificial; Tracheal stenosis; pressure.

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