ASSOBRAFIR Ciência
https://assobrafirciencia.org/article/5dd541230e88250e49c8fca9
ASSOBRAFIR Ciência
Artigo Original

Avaliação da força muscular respiratória de pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica

Respiratory muscle strength assessment in patients undergoing laparoscopic cholecystectomy

Carleany Almeida dos Santos, Brunno Alessandro Santalucia Rabelo, Daniel Lago Borges, Mayara Gabrielle Barbosa e Silva, Thiciane Meneses da Silva

Downloads: 2
Views: 710

Resumo

Introdução: A colecistectomia é um procedimento cirúrgico para a remoção da vesícula biliar e pode ser realizado por via convencional ou por via videolaparoscópica. Apesar de ser pouco invasiva, esta técnica pode provocar alterações respiratórias. Objetivo: Avaliar a força muscular respiratória de pacientes submetidos à cirurgia de colecistectomia videolaparoscópica (CVL). Métodos: Foram avaliados pacientes submetidos à CVL, no período de junho a setembro de 2014. A coleta de dados foi realizada no pré-operatório e no 1º dia do pós-operatório, com registro de dados de identificação, antropométricos, clínicos e das medidas das pressões inspiratória (PImáx) e expiratória (PEmáx) máximas, por meio de manovacuometria digital. Resultados: Foram avaliados 47 pacientes, 85,1% dos quais do gênero feminino, com média de idade igual a 47,7 ± 15,5 anos e Índice de Massa Corporal (IMC) de 26,3 ± 3,8 kg/m2. Na amostra, 14,9% dos pacientes eram hipertensos e 4,2%, diabéticos; 4,2% passaram por gastroplastia prévia. O tempo médio da cirurgia foi 127,9 ± 31 min. Não houve casos de complicação pós-operatória e todos os pacientes receberam alta hospitalar no primeiro dia de pós-operatório. Com relação à força muscular respiratória, houve queda significativa dos valores preditos de PImáx (100,7 ± 39,9% vs. 71,2 ± 28,4%, p = 0,0005) e PEmáx (41,2 ± 17,1% vs. 30,5 ± 11,1%, p = 0,0005) após o procedimento cirúrgico. Conclusão: Pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica apresentaram redução da força muscular respiratória no primeiro dia do pós-operatório, quando comparada à do pré-operatório.

Palavras-chave

Colecistectomia; Laparoscopia; Força muscular; Fisioterapia

Abstract

Introduction: Cholecystectomy is a surgical procedure to remove the gallbladder and can be performed by conventional methods or by laparoscopic. Despite being a minimally invasive technique, it may cause respiratory disorders. Objective: To assess respiratory muscle strength in patients undergoing laparoscopic cholecystectomy (LC). Methods: We evaluated patients who underwent LC, between June to September 2014. Data collection was performed preoperatively and on the first postoperative day, recording identification, anthropometric and clinical data, and measures of maximal inspiratory and expiratory pressures (MIP and MEP), through digital manovacuometry. Results: We evaluated forty-seven patients, 85.1% were female, mean age was equal to 47 .7 ± 15.5 years and body mass index (BMI) of 26.3 ± 3.8 kg/m2. In the sample, 14.9% of patients had hypertension, 4.2% had diabetes mellitus and 4.2% underwent prior gastroplasty. The average surgery duration was 127.9 ± 31 min. There were no cases of postoperative complications, and all patients were discharged on the first day after surgery. Regarding respiratory muscle strength, there was a significant decrease in the predicted values of MIP (100.7 ± 39.9% vs. 71,2 ± 28,4%, p = 0.0005) and MEP (41.2 ± 17.1% vs. 30.5 ± 11.1%, p = 0.0005) after the surgical procedure. Conclusion: Patients undergoing laparoscopic cholecystectomy showed a reduction in respiratory muscle strength in the first postoperative day, when compared to preoperative period.

Keywords

Cholecystectomy; Laparoscopy; Muscle strength; Physical Therapy Specialty

Referências

1. Figueiredo NMA. Ensinando a cuidar de clientes em situações clínicas e cirúrgicas. São Paulo: Difusão Paulista de Enfermagem; 2003.

2. Rodrigues MA, Oliveira VFF, Poveda VB. Vantagens e desvantagens da colecistectomia por videolaparoscopia. Janus. 2008;5(7):119-28.

3. Chuter TA, Weissman C, Starker PM, Gump FE. Effects of incentive spirometry on diaphragmatic function after surgery. Surgery. 1989 Apr;105(4):488-93.

4. Arozullah AM, Khuri SF, Henderson WG, Daley J. Participants in the national veterans affairs surgical quality improvement program. Development and validation of a multifactorial risk index for predicting postoperative pneumonia after major noncardiac surgery. Ann Intern Med. 2001 Nov 20;135(10): 847- 57.

5. Canet J, Mazo V. Postoperative pulmonary complications. Minerva Anestesiol. 2010 Feb; 76(2):138-43.

6. Orman J, Westerdahl E. Chest physiotherapy witch positive expiratory pressure breathing after abdominal and thoracic surgery: a systematic review. Acta Anaesthesiol Scand. 2010;54(3):261-7.

7. Jaber S, Jung B. Postoperative non-invasive ventilation outside the IUC: do not do too far. Minerva Anestesiol. 2011 Jan;77(1):9-10.

8. Gastaldi AC, Magalhães CMB, Baraúna MA, Silva EMC, Souza HCD. Benefícios da cinesioterapia respiratória no pós-operatório de colecistectomia laparoscópica. Rev Bras Fisioter. 2008 MarAbr;12(2):100-6.

9. Zafiropoulos B, Alison JA, McCaren B. Physiological responses to early mobilization of the intubed, ventilated abdominal surgery patients. Aust J Physiother. 2004;50(2):95-100.

10. Black LF, Hyatt RE. Maximal respiratory pressures: normal values and relationship to age and sex. Am Rev Respir Dis. 1969 May;99(5):696-702.

11. Costa D, Gonçalves HA, Lima LP, Ike D, Cancelliero KM, Montebelo MIL. Novos valores de referência para pressões respiratórias máximas na população brasileira. J Bras Pneumol. 2010 MaioJun;36(3):306-12.

12. Souza RB. Pressões respiratórias estáticas máximas. J Pneumologia. 2002 Out;28(Supl 3):S155-S165.

13. Neder JA, Andreoni S, Lerario MC, Nery LE. Reference values for lung function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz J Med Biol Res. 1999 Jun;32(6):719-27.

14. Vieira Z. O paciente cirúrgico e a anestesia. In: Barbosa H. Controle clínico do paciente cirúrgico. 6. ed. São Paulo: Atheneu; 1992. p. 133-93.

15. Torres OJM, Barbosa ES, Pantoja PB, Diniz MCS, Silva JRS, Czeczko NG. Prevalência ultrasonográfica de litíase biliar em pacientes ambulatoriais. Rev Col Bras Cir. 2005 Fev;32(1):47-9.

16. Filho IJ. Tratamento cirúrgico da colecistite crônica. In: Petroianu A. Terapêutica cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p. 321-47.

17. Jorgensen T. Gallstones: an epidemiological investigation. Dan Med Bull. 1990 Aug;37(4):336-46.

18. Curet, MJ. Special problems in laparoscopic surgery. Previous abdominal surgery, obesity, and pregnancy. Surg Clin North Am. 2000 Aug;80(4):1093-110.

19. Pereira ED, Fernandes AL, Silva AM, Arauja Pereres C, Atallah AN, Faresin SM. Prospective assessment of the risk of postoperative pulmonary complications in patients submitted to upper abdominal surgery. Sao Paulo Med J. 1999 Jul 1;117(4):151-60.

20. Pereira CAC. Espirometria. J Pneumol. 2002 Out;28(Supl 3):S1-S82.

21. Torrington KG, Henderson CJ. Perioperative respiratory therapy. A program of preoperative risk assessment and individualized postoperative care. Chest. 1988 May;93(5):946-51.

22. Nomori H, Kobayashi R, Fuyuno G, Morinaga S, Yashima H. Preoperative respiratory muscle training. Assessment in thoracic surgery patients with special reference postoperative pulmonary complications. Chest. 1994 Jun;105(6):1782-8.

23. Rovina N, Bouros D, Tzanakis N, Velegrakis M, Kandilakis S, Vlasserou F, et al. Effects of laparoscopy cholecystectomy on global respiratory muscle strength. Am J Respir Care Med. 1996 Jan;153(1):458-61.

24. Bablekos GD, Michaelides SA, Roussou T, Charalabopoulos KA. Changes in breathing control and mechanics after laparoscopic vs open cholecystectomy. Arch Surg. 2006 Jan;141(1):16-22.

25. Beluda FA, Bernasconi R. Relação entre força muscular respiratória e circulação extracorpórea com complicações pulmonares no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2004 Set-Out;14(5,supl):1-9.

26. Chiavegato LD, Jardim JR, Faresin SM, Juliano Y. Alterações funcionais respiratórias na colecistectomias por via laparoscópica. J Pneumol. 2000 Abr;26(2):69-76.

27. Fiore Jr. JF, Paisani, DM, Franceschini J, Chiavegato LD, Faresin SM. Pressões respiratórias máximas e capacidade vital: comparação entre avaliações através de bocal e de máscara facial. J Bras Pneumol. 2004 Dez;30(6):515-20.

5dd541230e88250e49c8fca9 assobrafir Articles
Links & Downloads

ASSOBRAFIR Ciência

Share this page
Page Sections